Qualidades
1. O catequista deve ter uma espiritualidade profunda de adesão a Jesus Cristo e à Igreja. Deve testemunhar por sua vida, seu compromisso com Cristo, a Igreja e sua comunidade. Deve ser uma pessoa de oração e alimentar sua vida com a Palavra de Deus.
2. Deve ser uma pessoa integrada na sua comunidade. A catequese, hoje, deve ser comunitária.
3. O Catequista precisa de uma consciência crítica diante de fatos e acontecimentos. Deve levar a comunidade à reflexão sobre a sua realidade, à luz da Palavra de Deus.
4. Ter sempre uma atitude de animador. Saber ouvir e dialogar, caminhando junto com a comunidade.
5. O catequista deve conhecer a fundo a mensagem que vai transmitir. Deve conhecer a Bíblia e saber interpretá-la; deve saber ligar a vida à Palavra de Deus e vice-versa.
6.O catequista precisa ter também certas qualidades "humanas":
- ser uma pessoa psicologicamente equilibrada;
- saber trabalhar em equipe, ter uma certa liderança e ser criativo;
- ser uma pessoa responsável e perseverante. Responsabilidade e pontualidade são necessárias;
- ter amor aos catequizandos e ter algumas noções de psicologia, didática e técnica de grupo;
- sentir dentro de si a vocação de catequista.
7. O catequista deve cuidar constantemente da sua formação. Nunca pode dizer que está pronto para sua tarefa. Precisamos de uma formação permanente:
- através de dias de encontro, reflexão e oração com os catequistas da sua comunidade;
- planejando e programando junto com os outros, ajudando-se assim mutuamente;
- participando de cursos dentro da própria comunidade ou paróquia,ou fora;
- lendo bastante, atualizando-se sempre, estudando os documentos da Igreja sobre catequese e outros assuntos atuais;
- formando o grupo dos catequistas.
8. Outras qualidades:
Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a esse serviço tornam-se bons catequistas através da prática, da reflexão, da formação adequada, da conscientização de sua importância como educadores da fé.
O catequista exerce um verdadeiro ministério, isto é, um SERVIÇO. E como nos diz o documento Catechesi Tradendae (A Catequese Hoje) a "atividade catequética é uma tarefa verdadeiramente primordial na missão da Igreja".
O catequista não age sozinho, mas em comunhão com a Igreja, com o grupo de catequistas. O grupo de catequistas expressa o caráter comunitário da tarefa catequética. E com o grupo que ele revê suas ações, planeja, aprofunda os conteúdos, reza e reflete.
O catequista necessita das seguintes qualidades:
• Ser uma pessoa com equilíbrio psicológico;
• Ter capacidade de diálogo, criatividade e iniciativa, saber trabalhar em equipe;
• Ser perseverante, pontual e responsável;
• Ser participativo, engajado nas atividades da paróquia, da comunidade e ter espírito de serviço;
• Ter vida de oração, leitura e meditação diária da Palavra de Deus;
• Ter espírito crítico e discernimento diante da realidade;
• Ser capaz de respeitar a individualidade de cada pessoa.
Isso não significa que exista uma pessoa que tenha todas essas qualidades, mas que devemos procurar desenvolvê-las no nosso dia-a-dia, pois se somos chamados, escolhidos por Jesus, Ele nos dá a graça para alcançá-las."
9. Uma paróquia onde não se prega a vivência de Jesus Vivo e Sacramentado e sim um Cristo histórico, como numa escola de catecismo, sem a preocupação de se criar um amor entre o catequizando e Deus.
Veja que o que é proposto pelas diretrizes, digamos, é o modelo ideal, o ápice de uma catequese renovada e cumpridora do papel de evangelizadora. E, neste ponto, entramos num campo mais delicado e surge uma dúvida: 'Como praticar e ser fiel a este modelo?'
Acredito que para começarmos a alcançar esta meta é nessecerário insistir na:
HUMILDADE e MISERICÓRDIA
Ninguém sabe tudo. Um catequista soberbo que não está aberto a uma formação continuada, está fora da vida sacramental (liturgia, confissão, etc), como poderá testemunhar e enfim, convencer aos catequizandos do amor de Deus? Humildemente devemos reconhecer nossas limitações e que devemos estar em constante RENOVAÇÃO. Não confunda com INOVAÇÃO, ou seja, mudança métodos ou de imagem, por exemplo quando você compra uma roupa nova você está apenas inovando seu visual e está APARENTEMENTE bonita mas não há mudança real na pessoa que continua a mesma antes da roupa nova. RENOVAR é transformar de dentro para fora, é fazer tudo novo, reestruturado, melhorado. E para isso, estudo e vivência da Palavra de Deus, dos Sacramentos e da Doutrina da Igreja é fundamental, para que renovada, a pessoa sempre busque no dia-a-dia viver com ardor e paixão a vocação de catequista, pois nós amamos aquilo que conhecessemos. E quando temos um grande amigo, falamos com nossas ações o amor que temos por ele. Pergunto: 'Catequista, tu és meu amigo, tu me amas?' Reflita a passagem no Evangelho de João capítulo 21, versículos de 15 a 19.
'E se o catequista não quer viver, estudar ou se deixar moldar por este modelo?' Digo tanto para aquele que faz a pergunta e para aquele que lhe é dirigido: usai da MISERICÓRDIA.
Nossa mãe Igreja Católica é sábia. E nos dá o caminho a percorrer ensinando-nos: "As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem te sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os maltrapilhos, visitar os doentes e prisioneiros, sepultar os mortos. Dentre esses gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. É também uma prática de justiça que agrada a Deus" (CIC 2447)
Medite: "O verdadeiro desenvolvimento abrange o homem inteiro. O que importa é fazer crescer a capacidade de cada pessoa de responder à sua vocação, portanto, ao chamamento de Deus." (CIC 2461)
Critérios para ser Catequista
O Papa João Paulo II nos diz que a Catequese é uma "tarefa verdadeiramente primordial da missão da Igreja. Que ela é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e de energias, sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de organizar melhor e de formar para a mesma, pessoas qualificadas". (Ct, 15)
Em virtude da importância do catequista na vida da Igreja, é fundamental que se definam critérios para a sua escolha.
Sendo assim e, respondendo aos anseios de nossos padres e catequistas, devemos seguir os seguintes critérios:
• Ser convidado e entrevistado pelo pároco para que o futuro catequista saiba que não estará sozinho e que sua missão está interligada à missão do pastor.
• Ter recebido os sacramentos de iniciação cristã: Batismo, Eucaristia e Crisma. Os responsáveis pela escolha dos novos catequistas devem usar o bom senso, pois, se querem uma comunidade madura, esforcem-se para chamar pessoas maduras na fé.
• Ter vida sacramental e litúrgica testemunhando, assim, a sua participação na comunidade.
• Colocar a catequese como prioridade pois assim, não deixará de participar das reuniões, dos eventos e dos retiros.
• Comprometer-se em aprimorar a sua formação.
• Se constituiu família, que tenha recebido o sacramento do Matrimônio.
• Ter disponibilidade de tempo para participar das atividades da catequese, fazendo uma programação que priorize: a formação, a preparação dos encontros catequéticos, a participação em reuniões e em celebrações litúrgicas.
• Cultivar o espírito de obediência e respeito às diretrizes referentes à Catequese, tanto em nível da Igreja Universal, quanto em nível da Igreja Particular.
Catequista "ideal"
O (A) CATEQUISTA:
Não pode ser o (a) dono (a) da verdade nem do saber.
Não pode confundir ENCONTRO de Catequese com AULA de Catecismo.
Tem que arranjar tempo e disposição para participar dos encontros de PREPARAÇÃO, PLANEJAMENTO e AVALIAÇÃO da Catequese.
É pessoa que REZA (oração pessoal, com os demais catequistas, com os catequizandos e nos encontros litúrgicos de preferência sempre com as crianças).
É uma pessoa que ESTUDA, REFLETE. Participa de cursos, busca constante atualização.
Cultiva o espírito de EQUIPE; faz questão de trabalhar em equipe; nas coisas práticas, sempre procura agir de acordo com aquilo que foi resolvido em comum.
É uma pessoa PONTUAL. Até se antecipa à chegada das crianças e é o último a sair. Os momentos antes e após o encontro de catequese com as crianças, são momentos preciosos para melhor conhecer e fazer amizade com as mesmas.
Não tem "direito" de perder a paciência nem com o catequizando, nem com os familiares. Gritos, xingatórios, são anti-catequéticos.
Procura sempre dar apoio e conviver fraternalmente com os colegas de Pastoral.
Procura fazer todo possível para não prejudicar o andamento da Família. Pelo contrário, capricha mais para que todos se sintam felizes.
Cria, inventa mas sempre com o objetivo de melhor transmitir a Mensagem proposta para aquele dia.
Tem estima sagrada pela IGREJA, pela BÍBLIA, pela EUCARISTIA, entre outras coisas!
"Regulamentos" do catequista
1º QUANTO A ACOLHIDA
O catequista deverá chegar meia hora antes do início do encontro.
Receber todos os catequizandos com igual atenção, sem demonstrar preferências.
Dialogar com eles sobre suas vidas perguntando o que fizeram durante a semana, como estão se sentindo, ... Não deve ser um "relatório", mas sim uma conversa expontânea, com muita simplicidade.
O ponto de vista do catequizando deve ser respeitado e sua opinião ouvida com muita atenção.
2º QUANTO AO LOCAL DO ENCONTRO
A Bíblia deve ocupar lugar de destaque diante do grupo, usando velas, flores e toalha sempre que possível.
Colocar cartazes e figuras sobre o tema, enfeitando o ambiente para despertar o interesse no assunto. Se possível, trocar os cartazes a cada encontro, para que os catequizandos não percam o interesse neles.
3º QUANTO A LINGUAGEM
A linguagem deverá ser clara, coerente e simples.
Nunca falar em tom infantil, mas naturalmente, com firmeza e simplicidade.
Procurar usar o mesmo vocabulário, usado na realidade dos catequizandos, para que eles possam compreender melhor a mensagem.
Atenção com algumas palavras que costumamos usar. Catequese não é curso, nem escola. Em vez de aula, falar de encontro. Não fazer "provas" nem dar "notas" nem "prêmios e castigos". Enfim, que o relacionamento não seja de "Professor e Aluno".
Essas coisas existem na escola, mas não na catequese, que é o encontro da pessoa com Jesus Cristo e com a Comunidade.
4º QUANTO AO CATEQUISTA INDIVIDUALMENTE
O catequista deverá ter uma pasta, a qual conterá tudo o que é relacionado ao encontro. Esta pasta acompanhara o catequista em todos os encontros, incluindo este regulamento que deverá ficar afixado na mesma.
Haverá uma reunião dos catequistas antes de cada encontro para que possamos entrar em sintonia com Deus.
Catequese de Perseverança
Métodos ou Modelos de Catequese
Introdução
- Catequese ligada à VIDA.
- Vida que evolui no tempo e no espaço.
- Métodos também tem que variar.
- Catequista tem que se adaptar e estar muito seguro do objetivo:
Preparar o Catequizando para integrar a religião à vida do dia-a-dia, sem sofrer maiores impactos.
Comprometimentos
- Qualquer que seja o método de catequese, ele deve levar o catequista e os catequizandos a assumirem compromissos com DEUS, com a IGREJA e o MUNDO.
- A FÉ sem obras, sem compromissos, é morta! Daí a catequese deve CONVENCER e PREPARAR o catequizando a assumir compromissos.
Tipo de Igreja
- Compromisso com a IGREJA.
- Se quisermos seguir CRISTO é preciso saber o que ELE quer e desconfiar sempre do que nós ACHAMOS...
- Partindo do que revela a BÍBLIA, onde Deus se apresenta como Pai e os seres humanos filhos seus, irmão portanto - difícil admitir que cada um viva sua vida em relação a Deus e aos irmãos sem ORGANIZAÇÃO (para nós: Igreja)
Um mundo em contínuas mudanças
- O mundo sempre esteve sujeito a mudanças, a evoluções.
- Hoje essas mudanças são mais rápidas e o CATEQUISTA também está convocado à contínuas mudanças, contanto que conserve o que é fundamental (a Boa Nova de Cristo), a capacidade de diálogo (com o mundo, sem sacrificar o fundamental).
- A GRANDE PERGUNTA É: Qual o modelo de catequese é o mais adequado para hoje? Que tipo de catequistas precisamos?
Reflexão para o Catequista
Procure situar o método em que está seguindo... Procure ver se ele está atendendo ao Objetivo da Catequese...
Que tipo de catequista você é? - Veja as características do catequista nos diversos métodos...
Como trata o catequizando? O que exige dele? Será que você o está preparando para a vida? Para ser um bom cristão? Para ser "pedra viva" da Igreja? Irmão de todos os seres humanos?
Encontro suficientemente seguro quanto ao conteúdo doutrinário? Quanto à pedagogia a utilizar? Quanto ao aproveitamento da Bíblia na catequese? Quanto ao diálogo com o mundo?
Conclusão
Não nos interessa tanto saber se esse ou aquele método foi ou não foi pedagógico e adequado. Para cada tempo procura-se o método que mais adequado seja.
Hoje, sem dúvida, o método chamado EXISTENCIAL (assim denominado pelo profundo intercâmbio que se deve conseguir do catequizando com DEUS, A IGREJA e o MUNDO) parece o mais adequado.
Ele não quer, nem deve abandonar pontos positivos de outros métodos.
Talvez aqui haja colocações oportunas a serem feitas para o bem da catequese:
- Não se pede mais a memorização em forma de perguntas e respostas. Mas, nada mais deve ser memorizado? Nem os Mandamentos? Nem os Sacramentos? Nem as orações?
- O catequista não deve ser o grande disciplinador, o professor, o "sabe-tudo"... Com isso a disciplina no encontro, a busca de uma pedagogia sempre mais adequada, a segurança de uma formação sempre mais esmerada podem ser negligenciadas?
- O diálogo com o mundo deve levar à concordância com tudo, mesmo que seja anti-evangélico, ou poderá e deverá ser muitas vezes uma tranquila, mas ao mesmo tempo forte contestação à luz do Evangelho?
O catequista nunca deve perder de vista o OBJETIVO DA CATEQUESE: Preparar o catequizando para integrar a religião à vida do dia-a-dia... Ser um bom filho de Deus, uma "pedra-viva" da Igreja e Irmão de todos os seres humanos.
O Grupo de Catequistas
É aconselhavel que os catequistas atuem em grupos, nunca isolados, a exemplo de Jesus que enviou seus discípulos "dois a dois" (Lc 9, 1-6; 10,1)
O grupo ajuda o catequista a desfazer os medos e as inseguranças, quando bem organizado e assumido.
É no grupo que acontece a formação, por meio; dos debates, da partilha dos problemas e da busca de solução, das preocupações e das alegrias das atividades da catequese.
O grupo é fonte de vida, de esperança, de animação, de diálogo, de fraternidade e de alegria. Nele o catequista se sente fortalecido em sua missão.
Os grupos não são feitos só para resolver problemas. Eles acontecem para que o catequista viva uma forte experiência cristã na reflexão e na oração em comum, na elaboração do planejamento e nas avaliações das atividades realizadas, para depois catequizar e liderar essa vivência comunitária, com mais segurança.
O grupo faz com que a catequese inicial, desperte e se encaminhe para uma catequese mais consciente e transformadora.
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